Quem disse que veículos 4x4 de qualidade precisam ser grandes e pesados? Meses depois de trazer novidades para o SX4, a Suzuki agora se volta aos puristas do off-road com o começo da produção nacional do Jimny. As unidades da nova fase já estão disponíveis nas revendas, mas as novidades vão muito além da simples mudança de cidadania. Não se pode negar que ele mantém certos deslizes de antes, mas as qualidades do conjunto lhe tornam um jipe que executa sua proposta tão bem quanto rivais maiores e mais caros.
Mesmo uma rápida observação das imagens já permite inferir que o menor Suzuki brasileiro tanto é um modelo focado no ambiente fora-de-estrada como também é um projeto de idade considerável… e essas afirmações não deixam de ser fatos. Mas a outra verdade é que a primeira delas é a justificação da segunda. A proposta do Jimny é muito similar à de Lada Niva e, guardadas as proporções, Jeep Willys: oferecer excelente desenvoltura em trilhas acidentadas com um conjunto simples e de fácil manutenção em troca de o cliente abrir mão de qualidades mais subjetivas, como design moderno ou cabine luxuosa. Este nome foi usado pela primeira vez em 1970, após a Suzuki ter comprado o projeto da montadora Hope dois anos antes, esta também japonesa mas que nunca chegou a ter sucesso. Esta fase inicial de fato merecia comparação direta com o Willys ou mesmo nosso Toyota Bandeirante, porque era apenas uma versão menor do pragmatismo off-road dos dois últimos. A geração de 1981 ainda se encaixava nos critérios japoneses de carros kei, mas as evoluções que recebeu já indicavam que ele não demoraria a ser exportado para vários países – no Brasil, por exemplo, essa fase chegou na versão também chamada de Samurai. Ele ganhou melhorias mais importantes em 1995, mas um novo projeto já estava previsto para breve; trata-se da geração à venda até hoje, surgida em 1998.
Contudo, essa longevidade se torna uma vantagem para veículos como o Jimny porque é uma prova da qualidade de seu projeto. Ter apenas 3,65 m de comprimento colabora para reduzir peso (1.060 kg) e diâmetro de giro (9,8 m), além de que os 85 cv do 1.3 16v a gasolina levam seus quatro ocupantes muito bem. A única falha importante deste carro é a ausência de airbag duplo e freios ABS, mas que graças às novas leis nacionais será corrigida até o final deste ano. Fabricado em Catalão (GO), o Jimny incorporou tomada de ar no capô e os vistosos protetores externos, cuja cor grafite se estende às rodas aro 15” e aos parachoques redesenhados. Já a cabine teve os bancos renovados e ganhou sistema de som multimídia com Bluetooth, aumentando uma lista de série que inclui ar-condicionado, direção hidráulica e travas e vidros elétricos. Agora ele tem quatro versões, começando pela 4Work e seu preço de R$ 55.990. A 4Sun passa a R$ 59.990 porque soma o teto solar de lona visto nas imagens. Custando R$ 61.990, a 4Sport amplia o potencial off-road do jipinho com parachoques menores para aumentar os ângulos de entrada e saída, além de engates dianteiro e traseiro, detalhes externos em grafite como snorkel e rack de teto, moldura do painel na cor do veículo e volante de couro. Por fim, o preço da 4Work varia porque ela permite opcionais como pneus off-road, conjunto interior lavável e os outros itens já citados. Este modelo sempre traz tração 4x4 com reduzida opção de 4x2 traseira.