Este artigo estreia a seção de comparativos do blog. Ela manterá o estilo dos artigos individuais de cada carro em apresentar um panorama com informações objetivas. Com isso, esta postagem será atualizada sempre que surgirem mudanças no segmento. Desta vez se falará sobre os hatchbacks que formam o segundo degrau da gama das marcas, logo acima dos populares de entrada e que já oferecem requintes como câmbio automático ou teto solar.
Chery Face: No meio da confusa gama de hatches de sua marca, este é o que apresenta desenho mais caprichado, obra do estúdio Bertone. Sua proposta é bem urbana, para a qual colabora o tamanho curto, que privilegia a cabine em detrimento do porta-malas. Não se pode negar que seu pacote de série seduz qualquer um e ainda mais pelo preço mínimo, mas não existe milagre. Sua marca ainda precisa trabalhar muito no pós-venda para merecer credibilidade.
Chevrolet Agile: Seu desenho desproporcional é o maior divisor de águas entre os clientes da categoria, mas o que mancha sua reputação é a base do Corsa 1994 num carro surgido em 2009. Mas ele se redime com o amplo interior, que segue o novo conceito da marca de duplo cockpit, trazendo linhas bonitas e fartura de equipamentos. Vem nas versões LT e LTZ e apenas com motor 1.4, e em breve chega um 1.8. Além disso, ele já está perto de receber face-lift.
Chevrolet Corsa: Lançada em 2002, a geração atual nunca teve o carisma da anterior porque veio com versões mal planejadas. E então, desde que o Agile chegou para o seu lugar ele vem sobrevivendo apenas enquanto a versão única vender bem, mas sai de produção ainda neste semestre. Por enquanto ele resiste na Maxx 1.4, e agrada pelos itens, motor competente e em especial por desenho e qualidade de construção, para muitos melhores que os do Agile.
Fiat 500: Se as versões de topo oferecem tecnologia em itens e motor para disputar o segmento de hatches de imagem, aqui quem se mostra uma excelente opção é a Cult. Afinal, quem acha o Palio muito discreto pode abrir mão de duas portas, mas em troca levar um modelo de estilo bem mais charmoso, e com sofisticação que simplesmente não se encontra nos rivais do segmento. Isso se soma ainda à gama de acessórios: o carro oferece literalmente milhões de combinações diferentes.
Fiat Palio: Sua segunda geração lhe deixou melhor do que nunca. O espaço interno aumentou muito, a lista de itens de série ficou muito atraente, e a oferta do 1.6 16v se une à do 1.4 Fire Evo. Seu desenho ficou moderno e alude aos outros hatches Fiat, mas ele se destaca é pela versatilidade: o câmbio Dualogic com opção de borboletas no volante mostra como ele seduz os conservadores, que podem ter até EBD e sidebags, e os jovens, que ganham a versão Sporting.
Ford Fiesta RoCam: Este é da mesma época que o Corsa. Ele também chegou com o apelo de desenho moderno, mas o que era última tendência em 2002 ficou muito antiquado dez anos depois, fato realçado pelos dois face-lifts de gosto duvidoso que recebeu. A nova geração já existe aqui desde 2010, mas enquanto não ganhar fabricação brasileira o antigo sobrevive. E ainda vende bem, em grande parte graças à famosa promoção dos variados “upgrades”.
JAC J3: A linha apoiada pelo Faustão chegou ao país com o clássico apelo chinês de farta lista de equipamentos, mas aliada a um preço não tão baixo assim. Seu pulo-do-gato começou com o desenho bem-resolvido, mas a coroação veio com o excelente desempenho no teste de longa duração de uma revista. É de se esperar que o pós-venda melhore com a construção de uma fábrica no país, mas daí também se podem esperar motor flex e câmbio automático.
Kia Picanto: O desenho matador revela o quão moderno é este projeto. Ele é o carro de entrada da marca, mas o alto IPI lhe faz subir um degrau no Brasil. Sorte que seu conjunto é tão bom que mesmo aqui ele não faz nada feio. Seu 1.0 flex de três cilindros preza pela economia, mas ele agrada é pelo espaço interno surpreendente e pela lista de equipamentos, que pode até trazer câmbio automático. É caro, mas tem tudo para agradar à clientela mais “descolada”.
Nissan March 1.6: Suas versões mais caras chegam a um preço que lhe distancia da categoria de entrada em que as 1.0 atuam. É um motor moderno e eficiente num carro moderno e espaçoso, mas nem a versão esportiva SR tira essa aparência de popular, dada em especial pelo desenho que parece antiquado e efusivo demais. Porém, quem fechar os olhos para ele terá um preço razoável pedido por um pacote de itens que inclui até direção elétrica, mas só com câmbio manual.
Peugeot 207: Foi o primeiro carro de sua marca a se fabricar no Brasil. Se a meia-vida do 206 lhe valeu um retoque mínimo, em 2008 só ganhou um face-lift mas já virou 207, que ganhou o seu retoque ano passado. E assim se segue vendendo um projeto de 1998, cujas linhas por mais belas que sejam já demonstram cansaço. Pelo menos em 2013 chega o 208, este sim um novo carro, então enquanto isso o atual sobrevive em 1.4 e 1.6 16v com bons itens e a preço atraente.
Renault Sandero: Partir do moderno projeto do Logan e lhe dar carroceria hatchback com desenho muito mais inspirado foi a melhor jogada que a Renault brasileira poderia fazer. Ele completou a adoração pelo público com a versão Stepway, e isso só melhorou com o face-lift do ano passado: está ao redor da ata posição nas vendas do país. Tem versões para todos os bolsos, mas as 1.6 não concorrem com o veterano Clio e podem vir com câmbio automático.
Volkswagen Fox: Se os problemas eram visual insosso e painel rebuscado, desde 2009 ele usa as últimas tendências da VW europeia para dar o toque de requinte dos Polo e Golf dali. Não se pode negar que ele já está na meia-vida, mas ainda agrada pelo enorme espaço interno, reforçado pela altura típica das minivans. Tem ganhado mais equipamentos, e seduz muito na versão CrossFox. É de se esperar que a linha 2013 receba até o ecológico Bluemotion.